20 de abr. de 2009

Espetacularização da violência ganha novo espaço em "Poder Paralelo"


Olá internautas,
A Rede Record iniciou, em 2004, um projeto de conquistar a liderança na preferência do telespectador. A teledramaturgia constituía uma peça fundamental para o plano da emissora da Barra Funda. O remake "A Escrava Isaura", estrelado por Bianca Rinaldi, alcançou bom resultado no vídeo. Logo após, veio uma série de agradáveis novelas que conquistaram o telespectador. Nesta fase, Lauro César Muniz escreveu a envolvente "Cidadão Brasileiro".

Apesar disso, como diz o poema do grande Carlos Drummond de Andrade, "no meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho". A partir do sucesso de "Prova de Amor", que apostou em algumas cenas de ação, e o expressivo resultado de audiência de "Vidas Opostas", a Rede Record viciou em apenas uma linguagem retratada em diferentes produções. A espetacularização da violência aparece, mais uma vez, na mais nova novela da casa, "Poder Paralelo".

A obra de Lauro César Muniz retrata a máfia italiana com ligações no Brasil. Os primeiros capítulos já mostraram a manjada estética das novelas da Record. Explosões, perseguições e mortes. Nos capítulos iniciais, até sangue jorrou na tela. Policiais versus bandidos. A dicotomia sempre aparece nesta fase da teledramaturgia da emissora. Triste caminho. O telespectador sempre condena os excessos.

Cenas tórridas de amor também marcaram presença no início de "Poder Paralelo". Os primeiros capítulos de "Chamas da Vida" também exploraram a "sensualidade", mas o resultado foi pura apelação. O telespectador reagiu e a novela amargou a terceira colocação nos índices de audiência por muitos capítulos.

O ator Antonio Abujamra roubou a cena nos capítulos iniciais da trama que conta com um elenco já velho conhecido do público da Record. Ele interpreta o mafioso Marco Iago. O trabalho de outros atores também merece destaque, como Tuca Andrada (Téo), Gabriel Braga Nunes (Tony Castellamare), Marcelo Serrado (Bruno Vilar) e Miriam Freeland (Ligia Brandão). As cenas gravadas na Itália mostraram bom capricho visual, mesmo nas cenas de perseguições, mortes e explosões.

A Rede Record precisa de uma novela que valorize o texto do autor, além de não ficar refém de momentos de ação e tiroteios.


*Fabio Maksymczuk de A. Brito

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